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Ironman 2010

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Coração Partido


Por: Tuany Maria Puhlmann

Antes de iniciar o assunto deste post, adianto que respeito muito os sentimentos/apego que vocês atletas têm com seus equipamentos de treino. Porém não poderia deixar de “zoar” (com amor) um pouquinho do meu marido. Então aí vai a história do Coração Partido.

O segundo semestre de 2012 não foi muito fácil para o André.  Logo depois da alegria de ter feito um bom iron, veio o primeiro balde de água fria: a cirurgia no joelho. 60 dias sem por o pé no chão, repouso, fisioterapia, gelo, gelo, gelo....pouco ou quase nada de treino.

Superada esta fase de reabilitação, ele voltou de maneira lenta aos treinos. Mas já na primeira semana de dezembro, recebeu a triste notícia que o deixou muito abalado, triste de verdade, pois sua grande companheira estava gravemente ferida. Não pensem que sou eu. Estamos falando da magrela. É, a bike do seu Puma teve graves fraturas.

Diagnosticada pelo amigo Walmor (o responsável por “tratar” das bikes da maioria dos triatletas aqui de Blumenau) e com um prognóstico nada favorável o André recebeu a notícia que havia fraturas profundas no quadro da bike. Além do choque, ficou muito surpreso, afinal quadro de titânio não quebra ou será só lenda?

Aí estão as fotinhos da fratura:





Agora ele está passando por aquela fase de aceitação o que aparentemente pode ser um problema já que algumas ideias estão aflorando naquela cabecinha.

Isso preocupa porque quando pergunto a ele o que vai fazer com a bike, ele diz: vou ficar com ela. Nesse momento começa a cena (talvez até de horror) na minha cabeça, imagino descendo as escadas e vendo a carcaça do defunto pendurado no meio da sala, talvez até com a ousadia de uma plaquinha do tipo:

Aqui jaz uma guerreira! Minha eterna companheira.

Não isso não, um fantasma dentro de casa nem pensar, no máximo um retratinho.  

Vai ter que praticar o desapego na marra. Sei que não é fácil, afinal eles tinham um laço. Não entendia bem aquela relação, até porque eu era apenas uma terceira. Achava meio estranho o modo como ele a tratava, às vezes penso que as fraturas foram uma forma de se vingar do André. Muitas vezes antes de sair para treinar ele a ameaçava, escutei com freqüência ele falando: é guriazinha, te prepara porque hoje o bicho vai pegar e tu vai ter que dá conta. Se fosse pra mim, iria achar bem estranho.

Mas por outro lado havia momentos de carinho, porque logo que chegava do treino ele dava umas batidinhas no quadro e a elogiava: muito bom minha querida, hoje foi sangue nos olhos mas você foi muito firme.

Sei lá porque e como isso aconteceu, só sei que as fraturas atingiram a ambos, ela física e ele emocionalmente. Quanto a mim, estou tranquila porque ela ainda não retornou para casa. Já escutei o André falando com o Walmor sobre as possibilidades de reabilitá-la, como será isso não faço ideia.

Talvez no próximo post o Sr. Puma resolva revelar o destino da sua companheira e assim, acaba logo com a minha preocupação...ou não.  

2 comentários:

  1. Muito bom o texto, a parte do "praticar o desapego", acredito que seja o mais difícil, rs.
    Bons treinos.

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  2. Obrigada Marcelo.
    Acredito que o André ainda não está preparado para esta fase do desapego, principlamente porque estamos falando da bike dele. Um abraço.

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