Por: Puma
Essa prova foi bem tensa porque
tentei exigir bastante de mim, isso desde a preparação até o final da prova. Tinha
um objetivo, uma tarefa muito difícil pela frente que era baixar o tempo de
2012 (9h42min).
Desde o dia da inscrição eu levei
a sério o treinamento, tive um cuidado a mais com o meu corpo porque vinha de
um pós cirúrgico, também dei mais atenção para a alimentação. Sabia que no
final tudo isso faria a diferença porque são essas questões que contribuem para
que você alcance seus objetivos.
Como tinha uma meta difícil, os
treinos foram realizados com muita qualidade e dei sorte porque não tive lesões
e contratempos durante esta trajetória. Claro que tudo isso dentro da rotina
dos triatletas amadores: trabalho, trabalho...família, vida social e treinos,
treinos e treinos.
A pressão e a expectativa eram
grandes, principalmente da família e dos amigos. Todos viram o quanto me
dediquei e fiz força nos treinos, participaram de cada etapa do processo. No
fim transformei esta expectativa em motivação.
Cheguei em floripa já na quarta
feira para tentar entrar mais no clima da prova e esquecer um pouco os
problemas do dia a dia. Isso foi bom porque ao longo dos dias que antecederam a
prova, fui concentrando e mentalizando tudo que precisava fazer, desde a
largada até a chegada.
Foto: Brero Sports
O ponto de maior ansiedade é na
hora da largada, são muitas emoções e reações diferentes. Nesse momento, que é
muito especial, prefiro buscar um bom posicionamento e tentar controlar a emoção
sozinho. Junto com o disparo da buzina a frequência sobe na mesma altura, só
que nas primeiras braçadas já consigo controlar.
Todo começo é muito difícil. Ainda
mais nadar com 2000 atletas procurando o mesmo ponto. Isso gera muito contato físico!
Felizmente me posicionei bem e ocorreu tudo dentro do planejado.
Foto: Brero Sports
Sai da água e vi só o meu pace. O
planejado era 1:30 e o garmin marcava 1:27. Segui mais tranquilo ainda para a transição,
que foi meio enrolada, mas acabou ainda dentro do tempo programado.
Foto: Marta Fiorentini Foto: Nicole Huskes
Da praia até a área de transição tinha
uma galera na maior torcida. Escutei o “vai Puma” várias vezes. Muito legal, da
um gás para encarar os 180Km da bike. Só que esta empolgação tem que ser
controlada, pra não sair feito louco no inicio e comprometer todo o restante.
Ritmo controlado na bike,
esperando a reação do corpo para ver como se comportaria nesta etapa. Estava me
sentindo muito bem, físico e mentalmente, e isso me fortaleceu. Sem contar que
o dia estava perfeito, sem vento e com temperatura agradável.
Foto: Elias Fotografia
Os primeiros 90Km passei forte,
além do meu planejamento. Até fiquei preocupado se pagaria o preço na segunda
volta. Mas a segunda volta também estava encaixada, até furar o pneu. Não que
isso tenha me desmotivado, parei, arrumei o pneu e voltei forte a pedalar. Só
que ai foi um desgaste um pouco maior, soquei até o final para recuperar aquele
tempo perdido. Mesmo assim terminei o pedal dentro da planilha.
Foto: mundo Tri - Wagner Araújo
A transição foi mais certa e
rápida, sem atropelos. Peguei tudo que precisava e sai correndo.
Foto: Tais Alessio
Outra parte
muito emocionante da prova foi ver aquela galera gritando o meu nome na grade de proteção. Passando pelos
meus amigos e familiares e vendo todo aquele carinho. Isso realmente empurra você.
Foto: Nicole Huskes
Foi difícil os 42km, com dor
lombar desde o inicio da corrida. Achei que isso seria só no inicio, mas foi
piorando. Para controlar, tentei me concentrar mais ainda, não sentia meus pés
no chão. Tentei gastar o mínimo de energia possível, concentrei só na marcha da
corrida. Até porque não estava conseguindo me alimentar, estava muito enjoado.
Foto: mundo Tri - Wagner Araújo
Queria terminar logo porque foi
uma corrida sofrida e isso que é minha modalidade predileta. Mesmo assim
busquei uma energia do além e nos últimos 4km aumentei o ritmo. Ali eu percebi
que era possível bater a meta planejada que era de 9h18min.
Foto: Marta Fiorentini
Na reta final, aquela gentarada
gritando e o pórtico da chegada ali na minha frente, uma emoção que impedia até
a respiração. Muito difícil segurar as lágrimas ao ver o meu tempo de 9h13min, dentro
de mim havia um sentimento de vitória, de satisfação e muita emoção, o que me
fez chorar como criança.
Foto: Brero Sports
E essa sensação chegou ao máximo
quando vi a Tuca, toda emocionada, lá atrás da arquibancada. Pulou as grades e
veio correndo me abraçar. Na plateia minha mãe, pai, irmãos, sogra, cunhadas(o)
e amigos todos com os olhos cheios de lágrimas. Não saiu uma palavra da minha
boca, mas eles entenderam no meu olhar toda a retribuição de amor que tenho por
eles.
Isso é o Ironman, emoção do
começo ao fim!
PS: Nos próximos posts vou falar com mais detalhes de cada etapa da prova, acho que vai ajudar aqueles que pretendem fazer o Ironman 2015!