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Puma e Tuca

Puma e Tuca
Ironman 2010

terça-feira, 31 de julho de 2012

Opções da primeira semana de tratamento: sentado ou deitado?


Por: Puma

Nesta fase de pós-operatório, a responsabilidade é mesmo do paciente. Então, só me resta descansar e seguir à risca as instruções do fisioterapeuta Fabrício Biscaro. De vez em quando tenho que sair da cama/sofá porque não é fácil ficar nessa posição horizontal. Ainda bem que não tive problemas para me deslocar com as muletas isso porque não é a primeira vez que uso, já que antes tive alguns entorses de tornozelo.

Quanto a dor no joelho, senti um pouco, mas segundo o Dr. Pierri eu iria sentir mesmo pois ele mexeu bastante. Esta dor esta mais na inserção da pata de ganso, acredito que nos tentões do semimembranoso ou semitendinoso. Também tive um pouco de edema e aumento da temperatura no local, controlei isso com descanso e principalmente muito gelo. Estou fazendo fisioterapia, utilizo exercícios de contração muscular, bombeamento da panturrilha...

Agora o grande problema é não poder fazer nada. Passo a maior parte do tempo assistindo TV, lendo, até faço as coisas do trabalho pelo computador, mas sempre em casa e na mesma posição, deitado ou sentado. Detesto pedir ajuda, não gosto de depender de outras pessoas, só que nesta situação não adianta ser teimoso. Tenho 6 semanas de dependência! O negócio é pedir socorro para a Tuca, mãe, pai, cunhada, irmão.

Outro inconveniente é ir ao banheiro. Como não posso dobrar o joelho esquerdo por mais de 70 graus e colocar o pé no chão, acabo fazendo muito força na perna direita e para equilibrar faço força isométrica na perna operada, o que faz doer os tendões da pata de ganso. Isso me preocupa, pois quero evitar fazer força excessiva para não ter tendinites futuramente.

Na quarta passada consultei com o Dr. Pierri e o fisio Fabricio. O Fabricio ficou contente com as condições do meu joelho, não está muito inchado e estou conseguindo fazer uma boa contração na coxa. A próxima etapa da reabilitação já permite flexionar o joelho até 90 graus, com tranquilidade e sem muita força (não é hora de sofrer). Preciso fazer de 3 a 6 vezes a fisio por dia e gelo depois do exercícios.

O Dr. Pierri também gostou do inicio da recuperação. Falamos sobre a cirurgia, ele contou com detalhes como o meu menisco estava solto, e como precisou mexer no joelho para fazer as 11 suturas. Falou que foi uma boa opção termos feito este tratamento com sutura, pois geralmente as pessoas escolhem pela retirada do menisco. Claro que este tratamento é mais lento, mas pelo menos mantenho meu menisco integro. Consegui ver bem o tamanho da lesão pelo vídeo da cirurgia.

Preciso agradecer minha família, pela paciência e companheirismo. Minha mãe e meu pai estão sempre à disposição. A Tuca, numa paciência incrível, peço tudo a ela, gelo a cada 2 horas e neste intervalo água, comida,..... Falando em comida não posso deixar de falar da Chef Keyla Maria (minha cunhada), meu Deus, estou comendo muito bem, ela chega na sexta, se mete na cozinha e prepara a comida da semana. E não é qualquer comida, só para deixar vocês com inveja: estrogonofe de camarão, quibe, torta de carne, sopinhas...Considerando este ponto, até penso em demorar mais na reabiliataçao, na intenção de desfrutar um pouco mais deste banquete delicioso.

domingo, 22 de julho de 2012

Primeiro Desafio: A Cirurgia.



Por André Puhlmann

Já fui pra faca e estou seminovo!

Felizmente está tudo bem. Agora é ter determinação e muita, muita paciência, pois aumentou o tempo do molho. Vou precisar ficar umas 6 semanas sem colocar o pé no chão, porque a lesão era muito maior do que o previsto. Levei 11 pontos no menisco e a lesão tinha mais ou menos 4 cm de ruptura. Segundo o Dr. Pierri o menisco estava todo solto. Apesar da surpresa no tamanho da lesão, o resto estava tudo bem. Minha cartilagem está ótima e não tenho mais nada. Ainda segundo o Pierri (ortopedista) e o Fabricio (fisioterapeuta), fiz a cirurgia na hora certa, pois já estava começando uma lesão na cartilagem. Coisa muito pequena porque até se esperava algo maior nesta região pelo fato da lesão meniscal ser extensa.

Cheguei sexta pela manhã em Floripa e fui comprar a última coisa que faltava: a muleta. Tuca, me desculpe mas nas próximas semanas não vou desgrudar das muletinhas. Depois disso, meu dia se resumiu em passar fome e esperar. Olha, como é difícil esperar! Nesse tempo eu li, joguei no computador, trabalhei, assisti filme... e haja paciência!

Entrei para cirurgia às 18 horas com aquele pijama sexy de operado (aquele que fica com a bunda de fora), quando encontrei o Pierre e sua equipe, eles estavam comendo. De sacanagem o Pierre me ofereceu um copo de refrigerante e um salgadinho, ele sabia que eu estava azul, roxo, branco, sei lá que cor de fome. Tirando a brincadeira, ele perguntou se estava nervoso, respondi que estava bem tranquilo, pois confiava em toda a sua equipe e que iria deixar na mão dele e principalmente nas de DEUS.

A cirurgia eu não lembro pois estava sedado, mas depois de sair fiquei sabendo que tive alguns delírios. Falei em vinho e macarrão boa parte do tempo...imagina o tamanho da fome e acho que o pessoal da equipe deve ter pensado que sou meio alcoólatra. 
Claro que não estava e nem estou liberado para tomar vinho, mas depois de sair do hospital por volta das 00h30min, minha primeira parada foi no MC Donalds. A Keyla, minha enfermeira oficial, também estava varada de fome. Essa minha cunhada é realmente demais, é nota 10 como acompanhante, ela compartilha mesmo o momento, ficando inclusive em jejum junto com o paciente...Keyla, muito obrigado por tudo, pode deixar você será recompensada, (que tal um viagem, Paris..?, hahahaha).

Aproveitando, quero agradecer muito o Dr.Pierri e toda sua equipe pelo excelente trabalho. E claro, o meu amigo e grande fisioterapeuta Fabrício.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Hora da Faca


Por André Puhlmann

Para que tem acompanhado o blog sabe que no inicio de maio descobri uma lesão no joelho esquerdo. E agora chegou a hora de tratá-la. Amanhã entro na faca, ou melhor, vou fazer uma vídeo artroscopia para suturar o corno posterior do menisco medial.  É uma lesão antiga que sempre provocava outras lesões secundárias, como a última tendinite na pata de ganso que tive um pouco antes do iron desse ano.  

Vou ficar um tempo na maciota, ficar no sofá com a perna para cima, não é muito o meu forte, mas vai ter que ser assim. O único treino pelas próximas 3 semanas vai ser de paciência e descanso. Ainda bem que tenho as Olimpíadas para assistir, só assim para ter um gostinho do esporte.

Acredito que a cirurgia vai ser tranquila, devo sair no mesmo dia, mas usando muletas. São 3 semanas sem colocar o pé no chão, só no esforço com braço e se nesse tempo surgir uma corrida estilo saci, quem sabe?

Estou confiante porque o Dr. Pierre é um grande especialista em joelho e com as orientações do fisioterapeuta Fabrício Biscaro tudo correrá bem. 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

A CORRIDA – Ironman 2012

Por: Puma

Sai para correr com um lema: “uma perna de cada vez”. Então, fui tranquilo, tentando não fazer força, pois qualquer erro poderia prejudicar toda prova. Imagina iniciar a corrida com a sensação de cãibra, isso certamente iria me acompanhar durante toda a prova e assim eu não arriscaria fazer mais força.
Por este motivo imprimi um ritmo mais lento no começo para tentar recuperar o pedal forte. Sei que é difícil se recuperar, você já sai da bike todo travado e na corrida encontra outras dores. Ao sair para correr comecei a sentir uma dor forte na lombar e precisei tomar um remédio. Não sei dizer se foi o remédio ou a empolgação, mas a dor passou...Graças a Deus!
Como sempre sinto fome nos treinos longos, usei o inicio da corrida para me alimentar. Comi pão e hidratei muito. Neste momento, lembrei das conversas que tive com o Claudio koch durante os treinos, ele me disse algo interessante: “quando você for comer ou tomar água nos postos de hidratação na corrida, diminua o ritmo ou caminhe para dar uma relaxada”. Foi o que fiz. E posso dizer que isso foi bem legal, deu para relaxar e principalmente colocar a cabeça no lugar para continuar a corrida.

Esse começo da corrida é realmente um teste porque enfrentar as subidas de Canasvieiras, não é fácil! Segundo o Mauro (um outro amigo de treino e competidor), este ano as subidas estavam mais longas, e esta também foi a minha sensação. Coloquei como meta subir andando, fiz isso em todas as subidas daquela região. Passavam colegas de prova e torcedores dizendo: “não desista, volte a correr” e eu ali, subindo tranquilo tentando ao máximo economizar energia. Como assim economizar energia? Que energia se já estava com 6/7 horas de prova? Sei lá de onde vem, mas a gente tira essa coisa de algum lugar. Foi ótimo ter feito isso, pois depois de passar por este trecho complicado consegui aumentar o ritmo e ficar confiante para a segunda meia maratona.
Até o Km 27 tudo estava sob controle, a partir daí comecei a sentir uma dor estranha na panturrilha esquerda, como se uma faca estivesse espetada na perna, junto com cãimbras na coxa esquerda. Esta última até consegui controlar, mas sensação de panturrilha esfaqueada seguiu até o final, foi difícil. Tive que ir assim mesmo, meio correndo e meio mancando, todo travado.
Preciso agradecer muito ao Cadinho e ao Marquinhos, dois grandes amigos Irons. Estavam de bike acompanhando a prova e ajudando a mim e outros amigos competidores. Perguntavam como eu estava e se precisava de alguma coisa. Não sou de pedir ajuda, mas o fato dos dois estarem ali, já foi uma ajuda e tanto.
Lá pelo km 35 quando eu estava finalizando, com muito dor e o psicológico lá em baixo o Marquinhos falou algo fundamental e que realmente tocou:
“Vai lá Puma, tua família esta te esperando, a Tuca já esta na chegada, vai que a prova é tua e eu vou te esperar para correr o final com você”.
Cara isso foi incrível! Deu um gás e comecei a esquecer as dores e segui com um único pensamento: quero abraçar a galera logo. Foi onde corri não mais para chegar, mas para beijar a Tuca, ver meu pai gritar: é meu filho e sentir o carinho de toda a minha família e amigos.



Valeu pessoal. Quero agradecer o carinho de todos que compartilharam este momento inesquecível comigo. Espero contar com a presença de vocês no próximo, talvez em 2014. Até lá muitos treinos e outras competições...


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Bike – Ironman 2012


Por Andre Puhlmann
Como estava bem concentrado e focado consegui fazer muito bem a transição. O que facilitou também foi o fato de eu ter aprendido a nadar com a roupa de ciclismo em baixo da roupa de borracha. Antes sofria muito para colocar o top, o corpo molhado e todo inchado pela natação, fora o jeito “delicado” de colocar. Demorava muito e geralmente precisava de ajuda. Olha, vocês não sabem o trabalho que eu passava. Então, resolvi nadar com a roupa de ciclismo por baixo. Claro, que não fiz o teste no iron, já faz um tempo que coloquei isso em prática. Nos dias frio deixo na sacola um manguito ou outra camiseta de ciclismo, mas não precisei deles este ano.
Depois de pegar tudo e ajeitar as suplementações na roupa, fui correndo até a bike arrumando o capacete e óculos. Peguei a magrela um pouco preocupado pelas sensações estranhas que tive na água. Assim, decidi começar mais tranquilo. Mas não é fácil controlar o ritmo diante daquela galera berrando. Precisei buscar controle e equilíbrio para cumprir aquilo que estava determinado na minha planilha. Bicho, a emoção é forte, senti o choro vindo muitas vezes, eu pensava: estou no Ironman, olha tudo o que fiz para chegar aqui. E ver a família e os amigos compartilhando comigo aquela energia inexplicável, é como se fosse uma recompensa pela minha ausência durante todo o período de treinamento.
Depois de passar por toda esta emoção, comecei a prestar atenção no meu corpo. Como estava respondendo a mudança do horizontal para o vertical, é comum sentir a visão meio turva e até mesmo tontura. Felizmente não estava sentindo nada. O dia começou perfeito, quente, sem chuva e principalmente, sem vento. Fui de Jurerê até a beira mar controlando meu ritmo, com a intenção de aquecer e sentir a prova.
Segui para beira mar sul, sabendo que lá é um trecho preocupante, pois tem muito vento. Ali você fica dando voltas, não tem torcida, é complicado porque você fica praticamente sozinho. Felizmente na primeira e na segunda volta não tive problemas com o vento, que é o fator mais complicador. Chegando na SC (ainda na primeira volta) foi emocionante, estava bem e sentindo que poderia forçar mais. Ainda fiquei apreensivo em forçar, mas naquela hora, o que era fazer força? Já estava com uma média de 35,4 Km/h , se isso não é forçar (pelo menos para mim), então o que é? Mesmo assim fiquei na minha, vinha gente subindo forte do meu lado e eu ali girando nas subidas para não desgastar. Isso até chegar no pedágio porque ali me empolguei mesmo. Treinei muito nessa parte da SC com o Paulinho (meu técnico), fiz muitos tiros contra o vento até Canas. Sabia que estava bem, então comecei a imaginar aqueles treinos e senti que estava no caminho certo para um bom tempo.
Estava ansioso para chegar em Jurerê, pois lá estava toda a minha família. E foi lá o ponto forte desta prova, porque ganhei mais energia para a segunda perna. Isso porque fiquei orgulhoso com os meus primeiros 90Km e vi todos felizes e muito empolgados. Sabia que superar o tempo que estava programado na planilha iria deixar o pessoal mais animado e confiante. São essas coisas que fazem a diferença e eu fiz o meu melhor para em troca receber a admiração, a confiança destas pessoas que realmente torcem por mim. Sabe o que é mais legal depois de conseguir fazer um bom resultado? É ver os amigos e familiares orgulhosos de você.
Foi com a energia deste pessoal que iniciei a segunda volta, percebi que estava bem, fiz uma média de 36 km/h e o negócio era manter este ritmo para superar todas as minhas expectativas e fazer meu melhor tempo. Fiz exatamente o que fiz na primeira volta, não mudei nada. Como dizem no futebol: “time que esta ganhando não se mexe”. Continuei com alimentação, com a hidratação e principalmente, não fazia força nas subidas. Mesmo assim precisei parar no special needs para pegar minha suplementação, completar o que estava faltando. Foi ótimo dar uma paradinha, descansar um pouco, pois já estava bem cansado. Mas tentei manter a motivação porque ainda faltavam muitos km e algumas subidas.
Faltando alguns km dei uma relaxada para soltar um pouco e aproveitar o final da prova. No meu ponto de vista este final é mais difícil, pois você tem que buscar motivação para a próxima etapa (a corrida). Voltei a pensar na transição (relembrando tudo o que precisava levar para os 42Km de corrida). Para mim uma transição bem feita é aquela que você faz rápido e de maneira eficiente, sem atropelos.
Entreguei a bike para os staffs e ao colocar o pé no chão, senti que estava duro, quase não fiquei em pé e minha lombar estava travada. Fui correndo para o galpão com uma marcha difícil, mesmo assim deu tudo certo. Fiz uma transição de 2 minutos e segui para o último desafio.