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Puma e Tuca

Puma e Tuca
Ironman 2010

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Ironman 70.3 Foz do Iguaçu

Por: Puma

Difícil descrever tudo que aconteceu nesta prova. Quando fiz a inscrição para o 70.3 de Foz fui com a ideia de que estaria bem treinado por causa do Ironman Brasil e que só precisaria dar continuidade nos treinos para conseguir fazer bem a prova.




Mas infelizmente não foi bem assim que as coisa aconteceram. Primeiro tive uma dor lombar que não estava me deixando treinar, não conseguia correr. Segundo que estava sem motivação, estavam acontecendo muitas coisas que atrapalhavam a ideia de treinar. E por último e mais importante a notícia de que a Tuca estava grávida, isso mudou tudo.  Foi a melhor notícia da minha vida, mas quem disse que tinha cabeça para sair de casa, até processar essa informação vai um tempo e isso porque eu me sentia preparado para a notícia.



Como tantas coisas acontecendo e tantas mudanças não tinha cabeça para mais nada, só pensava na gravidez e como seria agora. Então precisei mudar minhas prioridades. Resolvi utilizar está prova para curtir e passear. Assim as coisas ficaram mais tranqüilas. É óbvio que fiz treinos fortes, até mesmo porque quando saio para treinar é para fazer bem feito. Não vou perder este tempo que poderia estar aproveitando com a minha família.

Fui para a prova bem tranquilo, sem a pressão de fazer o meu melhor tempo. Fui para aproveitar, mas claro que iria tentar fazer o meu melhor, só que isso teria que acontecer naturalmente, não iria me preocupar com o resultado e sim em fazer uma prova boa e sem pressão.

Isso foi o que achei que iria acontecer, mas desde que sai de casa as coisas começaram a ficar tensas, esqueci meu Garmin em casa. Foi um estresse, felizmente a Camila me emprestou o dela, valeu Camila! Como a Tuca já descreveu em outro post a viagem foi tensa.

Depois aquela dificuldade toda na entrega do kit e no check-in da bike. Aqui preciso agradecer muito ao André Ern, o Yan e o Luciano, que levaram a minha bike para a transição e até montaram a magrela. Graças a isso, o meu check-in foi um pouco mais fácil. Então agora só faltava os detalhes da prova, ir ao congresso técnico e terminar tudo. Como não deu para chegar ao Congresso fui pegar as informações com o pessoal para saber se não teria mais uma surpresa pelo caminho.


Já no dia da prova foi mais tranqüilo. Acordei cedo, fiz todo o ritual antes da prova, concentrei, foquei e principalmente tentei esquecer  o dia anterior. Percorrer tudo aquilo com a Tuca grávida e tentando não deixá-la cansada, não foi fácil!


Felizmente tudo deu certo. Iniciei a preparação da largada, num momento só meu. Fui concentrando e buscando o foco. Agora não tinha mais volta, era fazer força e correr para a chegada e dessa vez não iria encontrar apenas a Tuca, mas também o meu bebê.



Na largada tentei me posicionar bem na frente para fazer o meu ritmo e principalmente não pegar aquele pelotão. O lago era calmo e foi bem tranquilo para fazer a orientação das boias. Assim deu para fazer muito bem a primeira etapa do dia.



Na bike veio a primeira supressa, pois como não conhecia o percurso não sabia o quanto poderia fazer de força e quando poderia apenas girar. A única coisa que sabia é que tinha um percurso de mais ou menos 20 km até a Itaipu e depois mais 3 voltas com subida. Mas não foi só isso, já nos primeiros km perdi uma parte da minha alimentação, minhas bisnagas saíram voando e logo em seguida fui tomar um remédio para prevenir a dor lombar e também saiu voando. Resumindo estava sem minha alimentação e se tivesse dor não tinha como resolver.

Pedal duro, se não tivesse fazendo força para subir estava descendo contra o vento e para dificultar mais um pouco tinha umas curvas bem fechadas. Tinha que prestar muita atenção durante o pedal e principalmente tomar cuidado para não passar reto nestas curvas. Ficar olhando para a linda paisagem estava fora de cogitação, mesmo assim era lindo!

Uma coisa que não gostei foi que quando terminei a primeira volta comecei a pegar algumas pessoas do pelotão do fundo.  E isso foi me deixando sem referência, não sabia mais quem estava na minha frente e quem estava atrás. Então precisei fazer força o tempo todo.

No inicio da última volta, começou uma câimbra na coxa direita. Fiquei relaxado e diminui um pouco o ritmo e voltei a comer um pouco mais (comida oferecida pela organização). Até mesmo para não sofrer muito durante a corrida, será que isso seria possível? Mesmo assim tentei de tudo, joguei água gelada nas pernas, comi e tentei alongar durante o pedal.

Ao chegar na T2 estava bem e o mais importante é que estava confiante para fazer muita força na corrida. Ao passar pela galera, ouvi o Tiago Vinhal falando que estavam passando alguns dos primeiros colocados do amador, fiquei muito empolgado e motivado. Tentei manter um ritmo confortável, pois sabia que iria ser uma corrida dura. O sol estava muito forte e o calor parecia um forno.

E já no km 4 senti uma câimbra na coxa direita (vasto medial), tomei sal, gatorade e rezei para não sentir mais nada. Mas isso seria um milagre nesta altura do campeonato. No km 8 foi a perna esquerda que sofreu o desgaste, senti uma câimbra leve na parte anterior da coxa, ai fiquei bem preocupado, pois no km 10 começava um subida forte até o km 12, eu precisava recuperar para não ter problemas pela frente. A única coisa que me confortava era que o local da prova era lindo, passamos pela beira do rio e depois pelas turbinas até começar a subir.

A subida terminava no topo da barragem e ali eu fiquei, não conseguia mais correr. A câimbra na posterior da coxa esquerda foi terrível, qualquer passo que dava ela puxava. Não tinha o que fazer, era relaxar, alongar e esperar que ela passasse. Por sorte tinha um posto de hidratação próximo, então fui me arrastando até ele e tentei colocar tudo para dentro: Refrigerante, Gatorade, sal, água e banana. Naquela hora, a única coisa que pensava era chegar, estava cansado e com dor. Ainda bem que deste ponto até a chegada era apenas descida.

E assim foi, entre trancos e barrancos fui levando e administrando as dores. Faltando 3 km olhei para trás, principalmente para ver como seria o final e não gostei do que vi. Tinha um cara correndo muito forte e chegando em mim. Tentei aumentar o ritmo, mas assim que forcei um pouco para não deixar ele passar, veio uma câimbra na posterior da coxa direita. Então fui até o final arrastando a perna.

Ao visualizar o pórtico de chegada, procurei a gravidinha queria muito beijá-la, curtir e dividir este momento com ela. Foi uma prova de fogo, difícil e muito legal. Valeu muito a pena fazer esta prova!

Ao chegar onde a torcida de Blumenau estava fiquei surpreso, pois as meninas falaram que estava entre os 10 primeiros amadores. É obvio que não acreditei, falei que não poderia, sei que tinha ido bem, mas não ao ponto de ser uns dos 10 primeiros amadores. Mesmo assim ao chegar a noite no Hotel liguei para alguns amigos para descobrir minha posição e logo veio a alegria.

Fiquei em 22º geral, fui o 6º amador e o 3º na categoria 30-34. Na hora não sabia o que fazer, se ria ou chorava. Então olhei para a Tuca e perguntei: E agora? Como vamos fazer? Será que vamos? De imediato ela respondeu: Claro que sim.


Então fomos cedo para a rolagem de vagas e ver como isso funcionava. Que tensão, primeiro que eu ainda não acreditava no que estava acontecendo, segundo que estava bem nervoso e terceiro que tinha ainda que fazer o pagamento na hora e no cartão. E se o cartão não passar? Meu que nervoso.... fui chamado para confirmar minha vaga e lá fui eu. Tremendo mais que vara verde, meu coração batia mais forte que na hora da prova e estava mais tenso que na largado do Iron.





Preenchi o formulário e fui para o pagamento. E ai quem disse que meu cartão passava, tentei o da empresa e nada (precisava da liberação por mensagem), o da Tuca e nada. Até ai eu só estava nervoso depois disso o que bateu mesmo foi o desespero. Perguntei para a moça que estava me atendendo por quanto tempo ela poderia esperar, a primeira coisa que ela falou foi: fica calmo que vai dar tudo certo. Certo como? Se não consegui pagar? Ai já era!



Então, liguei para o Yan e ele por Deus me ajudou emprestando o seu cartão. Cara não tenho como agradecer o que você fez por mim. Obrigado mesmo e agora é baixar a cabeça e treinar porque tem muita coisa já programada para o próximo ano, inclusive esse Mundial 70.3 na Áustria.















sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Nem tudo foi legal no 70.3 de Foz do Iguaçu.

Por: Tuca

Essa prova foi um teste de resistência e paciência para todos nós que assistimos. Puma e eu já iniciamos a viagem com problemas, pois nosso vôo que era para ser direto fez conexão em Guarulhos. Nossa previsão inicial era chegar em Foz às 09:30h, mas só chegamos às 13:30h.

Como em Foz tudo é longe demais, resolvemos alugar um carro e seguir nosso destino. Primeiro fomos encontrar o pessoal de Blumenau que estava num hotel no centro, lá descobrimos que o kit teria que ser retirado na feirinha, na Itaipu e a entrega da bike no Iate Clube.

Passava das 15h e nós não tínhamos almoçado ainda. Fizemos um lanche rápido e fomos para Itaipu. Na retirada do kit o Sr. Puma descobriu que não teria acesso a sacola da corrida no dia seguinte. Pergunta se ele estava com as coisas dentro do carro? Claro que não.

Tivemos que ir no hostel que era lá perto do aeroporto pegar as coisas da corrida, que nem estavam separadas. Perdemos um tempão neste deslocamento e o Puma estava ficando nervoso com tantos contratempos. Eu já irritada, pensando que logística é essa? Você pega um kit num lugar, entrega a bike em outro e para piorar o congresso técnico era na Itaipu, ou seja, tinha que voltar tudo novamente. Socorro!


Chegamos para entregar a bike às 18h. Fiquei com pena do André porque sei que ele gosta de fazer tudo com calma, organizar e conferir tudo direitinho, só que foi um dia conturbado. Eu lá na grade pensando e observando percebi que algo não estava bem. Perguntei o que era e ele disse:
- Não vais acreditar, mas o pneu da minha bike não quer encher!
Ah, meu Deus! E agora? Ele foi até os mecânicos que deram a sugestão de no dia seguinte trazer um veda rosca e tentar colocar no pneu. Tentar não era uma palavra boa para aquela hora, mas não tinha mais o que fazer.

Depois disso fomos jantar porque por óbvio não deu tempo de ir ao congresso técnico. Durante o jantar, nosso momento mais calmo do dia, ficamos falando sobre a prova. Perguntei a ele o que pretendia fazer. A resposta foi a seguinte: diante das circunstâncias pretendo largar e terminar, só isso!

Também perguntei sobre o tempo de prova que ele planejava fazer e ele disse que como não teve um treinamento especifico para esta prova e pelo tempo que ficou sem correr após o iron (devido a uma dor na lombar) certamente não iria tão bem como nos outros meios. Mas, conheço meu marido sei que ele não iria brincar, ele leva a sério e sempre tenta dar o seu melhor.  

Sábado acordamos cedinho para fazer as coisas com calma. Seguimos para o estacionamento da prova. Lá atletas e acompanhantes foram levados de ônibus até o Iate Clube, local da largada. Deu tudo certo e até que foi rápido. 


O Puma conseguiu arrumar direitinho a bike, preparou toda a transição e teve tempo de aquecer e curtir o clima da prova com os amigos.



Eu fiquei com as meninas sempre na torcida pelos nossos irons. Vimos cada um deles sair da água e seguir para o ciclismo. Quando nosso último atleta passou fomos para o ônibus para conseguir ver a prova do ciclismo, onde a maior parte foi dentro da Usina de Itaipu.


A partir daí as coisas pioraram muito. Nós sabíamos que só sairíamos do Iate Clube junto com o último atleta da natação. Só não esperávamos ter que ficar numa fila quilométrica, em pé, num sol de rachar sendo que os ônibus estavam ali do nosso lado, mas não dava para entrar. Depois de muito tempo conseguimos entrar.


Pelos meus cálculos eu com sorte iria ver o último retorno do Puma na bike, #sqn. Por quê? Porque chegamos ao meio dia e sabe o que nos esperava? Uma minúscula arquibancada exposta ao sol!!! E os atletas passavam com a bike ali na frente? Não!. Eles estavam lá no outro lado da avenida a mais de 500m. Não dava pra ver ninguém! Como ficar ali espremida naquele local com um sol de lascar?! Sem condições.

A irritação do público era geral. Começamos um pequeno protesto com musiquinhas do tipo: “queremos ver, queremos ver...”. Não tinha condições nenhuma de ficar por ali, até porque dali só daria para ver a chegada, o que demoraria mais um pouco. Ai que nojo que deu!

Ficamos questionando onde estava o conceito de prova de ironman? Sempre com a participação da família, torcida dos amigos...lá estavam os atletas passando sozinho, sem incentivo algum, certamente sentiram falta.

A Camila conseguiu falar com o Tiago Vinhal (que estava participando como locutor da prova) e relatou toda a nossa insatisfação e o desejo de ficar no canteiro central para ver os atletas mais de perto. Na volta do nosso lanche, vimos que o pessoal conseguiu entrar neste canteiro central. Então, obrigado ao Vinhal que intercedeu por nós e fez a prova ficar mais legal a partir deste momento.

Foi nessa hora que vi aquele ponto verde saindo para correr, gritei de longe, mas o Puma mal ouviu. Vi que ele estava bem colocado, pois o Vinhal tinha falado que naquele momento estavam saindo para correr os primeiros amadores.

Ficamos por ali vendo os atletas passarem, cada um que passava era uma festa. Estava quente demais, fiquei pensando no esforço que os atletas estavam fazendo para completar aquela prova dura, se não estava fácil para nós, imagine para eles?


Tentei ficar numa sombra, só que sabe como é grávida, né? Volta e meia precisa de um banheiro e de mais água, então de vez em quando fazia aquela caminhada até a recepção da Itaipu. Isso não foi ruim só pra mim. Vi muitas mamães com 2, 3 filhos pequenos tendo que fazer este deslocamento várias vezes e o pior que nem água tinha ali para vender. Tudo tinha que ser na recepção, o que também gerou filas enormes para compra de comida.

Resumindo, a estrutura para quem foi assistir estava péssima. Não precisava ter aquele conflito inicial da arquibancada, da liberação do canteiro central. Sem falar na feirinha, que a única coisa que tinha para vender era açaí. Para prova de Ironman não dá para aceitar isso!

Todos esses pontos negativos da prova foram além do nosso nível de compreensão. Tudo bem que foi a primeira vez em Foz, que Itaipu trata-se de uma área de segurança nacional e envolve dois países, mas também não foi a primeira vez que o Galvão organizou um Ironman 70.3.

Se uma das desculpas da prova ter saído de Penha foi a estrutura ruim que não atendia ao público. O que dizer agora de foz?  Das meninas que estavam comigo e mais algumas outras famílias que encontramos ninguém tem a intenção de voltar no próximo ano por todos esses problemas relatados. Uma pena porque o local é muito bonito.

Por outro lado foi bom ver que os atletas fizeram a prova com bastante segurança. Estes também puderam ver um cenário lindo durante o pedal e a corrida. Embora a maioria (99,9%) tenha achado a prova difícil, eles curtiram bastante, só que a chance de voltarem no próximo ano sem acompanhante é grande. Mas, acho que a organização vai tentar mudar isso e atender melhor o público que prestigia o evento. Pelo menos é isso que a gente espera.

No meio dessa confusão toda o resultado final da prova nos trouxe uma alegria imensa. De certeza que ano que vem não vamos para Foz, pois estaremos no Mundial da Áustria!!! O Puma conseguiu a vaga!

Depois de todo esforço meu Ironman foi o 6º amador a chegar e conquistou o 3º lugar na categoria 30-34 anos. Muito merecida essa vaga! E pensa no tamanho do orgulho que temos desse nosso papai. Parabéns amore, você é guerreiro demais!





quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Vídeo Ironman Brasil 2014!

Foi dessa forma que a notícia foi dada aos familiares e agora é a vez dos amigos descobrirem a surpresinha que tem no final do vídeo.