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Puma e Tuca

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Ironman 2010

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Challenge Florianópolis

Por: Puma

O Challenge Florianópolis foi mesmo um grande desafio para os quase 2000 atletas que participaram. Essa prova tem um diferencial que além da categoria individual também teve o revezamento e todo um envolvimento familiar como a corrida para mulheres e o challenge júnior. Bem bacana ver toda família participando do esporte!


No sábado antes da prova, tivemos o congresso técnico pela manhã e a tarde foi a entrega da bike. Jurerê já estava totalmente no clima da prova! 


Depois disso foi só organizar as coisas para a prova e descansar. Deu tempo de curtir uma janta e um papo bacana com o casal que nos acolheu: Marquinhos e Pri. Obrigado pela estadia e a boa companhia de sempre!

Acordei por volta das 04h, na verdade já estava acordado um pouco antes, meio desacreditado com o vento que batia forte na janela. No whats a galera agitando e comentando sobre o vento...é o tipo de situação que não tem o que fazer. A gente nunca sabe como vai ser o dia da prova!


Seguimos para área de transição para dar uma conferida na bike, deixar a alimentação e organizar a seqüência das transições...e o vento? Ah, continuava a soprar! 


Surpresa maior foi quando avistamos o mar. Nada comum para os padrões de Jurerê! Com ondas, mexido, a gente via da areia a dificuldade dos staffs para conseguir entrar e prender as bóias.


Diante daquele mar agitado a organização optou por diminuir o percurso passando a natação de 1900m para 1000m. Foi uma decisão bastante prudente! As largadas foram em bateria, minha categoria largou às 06:40h.


Como isso, consegui ver a largada das outras categorias e principalmente ver a prova dos profissionais. Ver esta galera entrar naquele turbilhão na frente foi ótimo porque assim consegui ver melhor como estava o mar e tentar traçar uma estratégia.


Na largada já comecei a fazer um pouco mais de força, tentei lagar bem na frente, não queria enfrentar o mar mexido e também a pancadaria da galera. Foi muito bom, fui até a primeira boia bem tranquilo, mas quando virei em direção à segunda bóia foi um desespero, quem disse que conseguia ver a bóia? Tentei olhar varias vezes para frente, mas a única coisa que conseguia ver era o sol me cegando. Então fui seguindo o grupo. De repente percebo um garoto de caiaque que veio e começou a dizer que estava indo para o lugar errado. Parei e tentei olhar a boia, mas cadê? Ai o garoto falou:
- Usa o barco como referencia.
Foi ai que achei a maldita boia. Depois disso, correu tudo bem. Terminei a natação com 13 minutos e com a barriga bem cheia de água.


Correndo para a transição já comecei a pensar na sequencia que estavam as coisas na bike e ao mesmo tempo tentava recuperar um pouco o cansaço. Tive um pouco de dificuldade de tirar a roupa de borracha e colocar ela na sacola. Depois de acertar tudo sai para pedalar.


Como a largada foi em bloco, fui pegando muita gente e no início tive um pouco de dificuldade de passar porque formaram-se uns pelotões e a galera não saia da frente. Teve até um cara que forçou uma passagem, teve discussão e uma disputa ombro a ombro. Quase que os dois infelizes caíram na minha frente.

Outro momento crítico foi para pegar a água. Os caras que estavam na direita (mais lentos) não olhavam para ver se tinha alguém passando e viravam com tudo para pegar a água. Quase vi outro acidente.


Tirando estes momentos de imprudência da galera, precisei me concentrar muito, pois o vento estava soprando forte. Estava muito difícil de pedalar, tinha hora que estávamos a 50 km/h e hora que estava a 30 km/h fazendo muito força.

Então precisei controlar um pouco para não sofrer muito na segunda volta. Mas isso não foi o suficiente, pois nos outros 45Km o vento ficou ainda mais forte e dificultou muito mais. Só pensava como iria correr, estava fazendo muita força e ficando bem cansado.

Pra piorar o meu clip quebrou. E se estava difícil pedalar contra o vento, agora então estava quase impossível. Como faltava pouco para terminar a prova e em pouco tempo pegaria um vento a favor, resolvi apenas terminar. Parei de fazer força e comecei a comer tudo, primeiro para recuperar e outra para não precisar comer na transição.



No inicio da corrida é sempre bom, me sinto muito forte, rápido e confiante. Mas sei que isso é apenas uma ilusão e que vai durar 2 a 4 km, depois vem um choque de realidade: todo o desgaste vem ao mesmo tempo e se o psicológico não está bem e se você tiver sentindo dor, mesmo a mais leve, você pode quebrar!



Por isso tentei sair mais tranquilo em um ritmo que sei que era confortável, mesmo sabendo que poderia ir mais. Caminhava um pouco nos postos de hidratação e assim foi até o inicio da segunda volta. 



Ai percebi que estava bem, mas um pouco tenso, precisava soltar o corpo, relaxar e curti a corrida. Foi quando comecei a berrar (vamos porrr...... vai dar tudo certo, força, uma perna de cada vez)! Não sei explicar direito esta reação, só sei que ajudou muito.



Olhava para frente, calculava pequenos objetivos e tempo, só vou até ali, como se estivesse fazendo tiros. E o melhor é que tinha muita gente torcendo e o trecho com público era grande e dava um gás monstruoso! Agora nada explica a sensação de ver a Tuca ali barrigudinha na torcida, foi uma das sensações mais marcantes da minha vida! Tão lindas as minhas gatinhas, amo vocês!



Fiz a corrida para 1 hora e 25min e depois de 04h06min de prova cruzei a linha de chegada cansado, mas feliz! Ao entrar no funil, avistei minha barrigudinha e entrei como se estivesse embalando minha pequena Helena (naquele gesto eternizado pelo Bebeto). Parei dei um beijo nas minhas meninas e segui emocionado para atravessar aquele pórtico.

Na chegada, fui recepcionado com o abraço do querido amigo Gerson! Foi show receber a medalha deste parceiro! 



Em seguida, encontrei a Tuca que logo veio me parabenizar pela prova. Fui para área do atleta e lá encontrei outros amigos. Segui para uma massagem e um gelinho para soltar um pouco.



Vi a chegada de mais alguns amigos e depois fomos para casa. Tudo rapidinho porque às 15h foi a premiação. A Raquel (esposa do Cláudio Koch) me disse que no aplicativo da prova eu estava como primeiro colocado na categoria 30-34anos, mas outro colega disse que eu era o segundo. Bem de um jeito ou de outro eu estaria na premiação.

Deu mesmo o primeiro lugar na categoria 30-34 anos. Fiquei muito feliz com o resultado, a prova foi difícil e essa minha categoria é sempre uma pancadaria. 




Melhor ainda foi dividir este momento com um cara que admiro muito, o Cláudio Koch, que também levou o troféu de primeiro lugar na categoria. Parabéns Cláudio, que venham muitos treinos e provas pela frente!




Já não bastasse a alegria de ter concluído com êxito a prova, na terça-feira tive mais uma grande surpresa com a divulgação da lista dos atletas que conquistaram a vaga para o Challenge Almere-Amsterdã. Não é que meu nome estava lá?! Fiquei feliz, mas meio assustado com tudo isso.

Esse foi um ano maravilhoso! De muita dedicação, disciplina e com bons resultados em todas as provas. Agora tenho que processar tudo isso porque a princípio eu teria em 2015 apenas o Ironman Brasil, porém com os bons resultados temos mais duas outras provas grandes pela frente: Mundia 70.3 Áustria e Challenge Almere-Amsterdã.

Como vou fazer e dar conta de tudo isso ainda não sei, principalmente porque em Fevereiro chega a minha pequena e quero curtir muito esse momento família. Como as  coisas foram acontecendo ao acaso, acredito que tudo vai dar certo. O que tem que ser será...coloca na mão de Deus e deixa o tempo mostrar o caminho certo! 

Deixo registrado aqui que a medalha desta prova foi um presente para o nosso garotão Pedro (meu sobrinho) que nasceu dia 24 de novembro trazendo muita alegria para nossa família. E pode ter certeza que daqui um tempo  tio Puma já vai levar você para pra praticar algum esporte!

Ps: Agradeço ao pessoal da sprint, abtri, Geraldo, Mundo Tri pelas fotos. Valeu!


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Viradão 24 horas Clube Bela Vista (2º Edição - 2014)

Por: Puma

A prova de 24 horas aconteceu neste último final de semana. A largada foi às 10h de sábado e participaram 11 equipes e 18 atletas na categoria individual. Eu participei com a Equipe Papaléguas, uma baita equipe, só nego cascudo! 



 A prova inteira aconteceu dentro do Clube Bela Vista. A corrida é feita na pista de1200m do jogging. Como o clube tem uma boa estrutura o pessoal consegue montar barracas e fazer o ponto de apoio por ali mesmo.



Tive que administrar algumas preocupações antes da prova, pois não sabia como meu corpo reagiria em fazer atividade sem descanso. Como seria depois de fazer uma maratona com subida (mizuno uphill que foi dia 19 de outubro) e principalmente a preocupação em não me machucar.

Mesmo com alguns desafios e preocupações não poderia deixar de fazer esta prova, fiquei com muita vontade de fazê-la, pois em 2012 apenas assisti. Estava operado do joelho esquerdo e fiquei admirando aqueles loucos e curtindo o astral da prova.

A estrutura montada para a prova foi top. Um dia antes tivemos um jantar maravilhoso promovido pelo Claudio Kock e sua esposa Raquel, uma delicia! Nesta reunião tivemos uma demonstração de um produto que uso muito, meia de compressão. Testamos o produto na prova e achei excelente. A Sanovital esta aprovada!



Nosso QG foi no Quiosque fogo de Chão, um quiosque que fica ao lado da pista,  assim podíamos acompanhar bem os nossos atletas e dar um bom suporte para eles. Tínhamos uma mini banheira de imersão, que foi ótimo para relaxar as pernas. Água e gelo são ótimos, você sofre, mas relaxa.

Ainda tínhamos uma bike para aquecer antes das corridas e frízer com energético, isotônicos, melancia, gelo, comida...Ter uma estrutura boa é fundamental para realizar uma prova longa. Pois como é o dia inteiro tem tempo para acontecer alguma coisa inesperada e assim minimizamos os riscos.

A prova foi dividida em 4 pernas para cada atleta de aproximadamente 40 minutos. Minha primeira corrida foi às 15:30h, tinha um pouco de sol, mas estava muito abafado.



Sofri bastante, minha frequência estava muito alta e transpirei muito. Não sei se o que aconteceu, mas foi bem difícil manter o ritmo, geralmente não tenho muito problema em correr no calor.



Assim, precisei mudar um pouco minha programação. Inicialmente pensei em correr um pouco mais no começo, nas duas primeiras pernas fazer 12 km para depois que estivesse cansado e sem dormir fazer menos.



Com todo o sofrimento desta 1ª perna mudei tudo, fiz apenas 9,600 e quando terminei fui direto para o banho de gelo e me alimentei, pois precisava me recuperar para a próxima corrida que seria às 21h.



Nessa hora o pessoal ainda está bem animado. Muita gente assistindo a prova e o cansaço ainda não estava assombrando ninguém. Agora na madrugada o bicho pega principalmente para aqueles que encaram o desafio sozinho. Também não é moleza porque o pessoal passou pelo calor do meio dia, a chuva da tarde, o friozinho da noite e encarar a madrugada depois de horas correndo no mesmo local realmente não é fácil! 

Tentei dormir um pouco depois da corrida, mas a adrenalina não permitiu. Consegui tirar apenas um cochilo. Você tenta descansar, sabe da importância de relaxar, mas é impossível ir para casa e desligar.

Não sei se meu cochilo foi suficiente para voltar e correr mais 12 km. Mas nesta hora não tem muito o que fazer, o negócio era colocar o tênis e pegar o trecho.



No inicio estava um pouco travado, mas logo foi soltando e ficando mais fácil manter o ritmo programado. Senti pouco o cansaço da tarde, mas mesmo assim não poderia forçar muito. Tinha a madrugada e ainda parte da manhã pela frente. Terminei este parte com 12 km, estava bem e feliz porque aquela sensação de pesado e de sofrimento que tive estava muito melhor.

Agora era mais uma vez tentar descansar, me alimentar e recuperar um pouco para o próximo tiro que seria aproximadamente às 3h da madruga. Foi meio estranho pensar que iria correr na madrugada, mas vamos lá, essa era a proposta.

Até tentei dormir e outra vez não consegui. Estava pilhado demais para deitar e relaxar. Vou dizer o que mais me preocupou nesta hora foi desmaiar, cair na cama e levantar apenas na segunda.  Imagina, isso iria prejudicar todos!

Fui para o Bela mais cedo. Como não conseguia dormir não adiantava ficar em casa preocupado com a prova. A essa altura já estava com leve dor de cabeça, me sentindo pesado e os olhos estavam doloridos.

Só que não tinha muito que fazer, o negócio era tentar esquecer e ir em frente. E lá se foram mais 9,600, entre trancos e barrancos e sem pensar muito no que estava acontecendo, até mesmo para não deixar o psicológico afetar.



Depois da corrida voltei para casa para tentar dormir um pouco, mas já não sabia se isso seria bom. Deitar e relaxar as 4:30 da madruga para levantar às 06:30, pois às 7h iria correr novamente, não parecia uma boa opção.

Mesmo assim fui. Comi e tentei gastar o mínimo de energia possível. Mesmo decidido que não dormiria, coloquei o relógio para despertar às 06:30h e foi a  sorte porque estava tão cansado que dormi sentado.

Quando o relógio despertou, pulei preocupado e ai percebi que estava travado. Não sentia mais dor, apenas parecia que estava faltando óleo nas engrenagens.

Para fazer esta última perna estava podre. Sensação de que um caminhão tinha passado por cima de mim umas três vezes e eu não vi. Meu corpo estava no modo automático, modo sobrevivência, dores o que é isso? Só fui lá e fiz o que tinha para fazer, não olhei nem para o lado, apertei o botão desliga ou liga...sei lá e fui.




Tentei esquecer tudo o que tinha feito para minimizar o sofrimento e pensava menos ainda no que tinha para fazer. Assim foi até o final, fiz 10,800 e acabou dando tudo certo.


No final cada atleta precisou fazer um pouco mais para completar o tempo de prova. Foi quando descobrimos que havia uma outra equipe que estava na nossa cola. Então era quem mais podia e ai foi no peito e na raça. Depois de 24 horas nesta função nossa equipe fechou com 255 voltas e 306km! Parabéns a todos os participantes da Equipe Papaléguas, com o esforço de cada um conseguimos fechar o viradão na 2º posição.



Tenho que agradecer a todos deste grupo cascudo. Todos deram o seu máximo sem cobrança, sem estresse para buscar este grande resultado.


Confesso que acabei cansado, pernas e panturrilhas meio duras, afinal foram quase 50Km, mas valeu a pena participar deste desafio. Além dos amigos da Equipe, outros amigos também estavam participando e no final isso tudo vira uma festa e a gente se diverte pra caramba!


Depois da premiação, brincadeira no parque com os pequenos e um almoço que reuniu uma galera forte da corrida o que rendeu muitas conversas e risadas.





Não preciso nem dizer que depois do rango eu só tinha um destino: cama! Fui recuperar o sono perdido e descansar porque os treinos vão continuar já que o Challenge Florianópolis está ai na boca!  

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Mizuno Uphill Marathon 2014 - Serra do Rio do Rastro

Por: Puma

Foi diante de um cenário lindíssimo, a Serra do Rio do Rastro, que aconteceu a segunda edição da Mizuno Uphill Marathon.


De baixo de muita chuva, vento e frio os 300 atletas encararam 42Km de muitas subidas.



A largada foi às 07h na cidade de Treviso. Fui acompanhado do meu sogro, sogra, esposa e até a cachorrinha (Luli) embarcou na aventura. 


Saímos de Tubarão às 04:30h. Chegando lá estava quente e o pessoal já estava bem animado. Perto das 07h caiu um vento forte e logo começou a chuva, ou seja, já largamos com chuva e muito vento.

A largada foi bem legal. A organização conseguiu deixar a galera mais animada ainda. 


     Wagner - ninja runners da Twit 
Desde o inicio tinha traçado uma estratégia, iria fazer os primeiros 21Km de maneira bem conservadora porque não conhecia bem o percurso e ainda tinha toda a subida da serra.


Assim que larguei já percebi que meu corpo não estava muito legal, senti ele pesado, as pernas travadas e isso me deixou um pouco preocupado porque tinha um desafio gigante pela frente. Mesmo assim busquei o pelotão da frente e tentei acompanhar.


Nos primeiros 5Km tive que ter muito cuidado porque a estrada era de chão, muitos buracos e pedras. Foi um dos piores momentos da prova pois aquela sensação do inicio não só se confirmou como aumentou. 
O ritmo estava tranquilo mas eu estava sofrendo um pouco com a frequência cardíaca e respiratória alta. Acho que já era influencia da altitude e também pelo fato de não ter aquecido antes da prova já que o vento e a chuva não permitiram.


Tive que ter frieza para tomar a decisão de segurar um pouco ou seguir com o grupo. Optei por seguir com o grupo e já no inicio da primeira subida (Km 6) comecei a sentir melhoras na respiração e sensação de alivio. Aos poucos percebi que o pelotão estava diminuindo. Minha tática era ficar no grupo e não deixar o ritmo cair demais. Cuidei para não forçar nas descidas e na subida tentei manter um ritmo confortável.


A partir do Km10, ficou apenas eu e o buka. Um cara muito gente fina, fomos juntos até o km22 conversando e incentivando um ao outro. No km21 precisei parar no banheiro. Depois disso resolvi soltar o freio de mão. Era o momento de largar a corrida conservadora, pois nos últimos 17Km iria dar de cara com a desafiadora Serra do Rio do Rastro. Nesta hora eu estava em terceiro com o primeiro colocado a 7 minutos na minha frente. Estava me sentindo muito bem físico e mentalmente. Minha alimentação estava perfeita!


Então, cheguei para o desafio dos últimos 17km forte. Olhei para aquela montanha e desejei que aquelas 256 curvas virassem uma reta. 

Mas foi um pensamento passageiro porque a primeira pegada já foi tensa. As coxas começaram a queimar. No inicio nem é tão ingrime. Mas sabia que nos últimos 10 o pau ia pegar.

Se já estava cansado no inicio da serra imagina no final dela? Como se já não bastasse a dificuldade da temida serra, o vento resolveu soprar, na verdade eram rajadas de vento. Tive que fazer força para manter a postura da corrida. Comecei a pensar que a coisa poderia ser pior se eu estivesse de bike...kkk. 

Para ter noção os banheiros químicos estavam virados, soube depois que um policial que estava de moto foi derrubado pela força do vento. Tava sinistro!


E assim foi, muita força para subir e vencer aquele vento. Nos últimos 8km fui alcançado pelo 4ºcolocado. E o cara passou bem! Segui o cara, consegui acompanhar dentro de uma distância entre 30-50m, mas não aguentei. Faltando 4.5km ele abriu e a partir dai precisei caminhar um trecho para baixar um pouco a tensão daquele momento e parar de brigar um pouco com a aquela ventania.

Foi um trabalho psicológico grande porque vi o 3º colocado abrindo a minha frente e o 5º tentando se aproximar. Faltando 3km me convenci que não daria para buscar o 3º colocado. Estava cansado, com frio e todo molhado, tinha muita água na pista, os meus pés estavam muito doloridos, a coxa e a panturrilha então nem se fala.

Mas não ia deixar de brigar pelo 4ºlugar. Fui administrando entre caminhadas e trotes até o km40. No topo da serra, a 1419m do mar, era mais plano e com uma leve descida e o vento estava a favor até a chegada no mirante.


Desejei muito ver aquele pórtico porque o sofrimento iria acabar. Foi uma das piores dores que já senti. O alívio veio rápido junto com a torcida que me esperava. Foi muito bom chegar e tê-los ali para me recepcionar e também foi emocionante porque eles estavam muito felizes com a minha chegada. 


Depois que cheguei tive noção do tamanho da façanha que tinha feito e também o estrago que estava sentindo no meu corpo. A panturrilha estava moída. Os pés...Jesus!


Me alimentei, troquei uma ideia com o pessoal e logo estava me sentindo bem. Foi um grande desafio, um aprendizado! Gostei muito de fazer. Certamente irei fazê-la novamente. A organização esta de parabéns por toda a estrutura da prova, mas cumprimentos merecem mesmo todos os ninja runners!
Parabéns aos 300 'malucos" que tiveram coragem de encarar esta prova!