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Puma e Tuca

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Ironman 2010

terça-feira, 15 de julho de 2014

Vídeo da Meia maratona do Bela Vista 2013

Por: Puma

Para lembrar e dar uma motivada para a Prova da meia maratona do Bela Vista, que vai ser realizada no dia 20/07/2014, fiz um video do ano anterior.

O relato esta no link: http://andreiron.blogspot.com.br/2013/07/29-meia-maratona-do-bela-vista.html.



quinta-feira, 3 de julho de 2014

A Bike – Ironman Brasil 2014

Por: Puma

Ao completar a natação, olhar o relógio e perceber que estava melhor que o programado me deixou muito satisfeito e motivado. O melhor ainda foi passar correndo no funil por aquela galera gritando, torcendo, vibrando...é muito emocionante! Isso tira qualquer zica ou desânimo.


Já na minha transição fiz um bom tempo 4’47, mesmo assim achei um pouco enrolada, tive algumas dificuldades com a minha sacola. Primeiro porque a sequência das coisas não estavam como havia memorizado, com isso não encontrei algumas coisas. Precisei jogar tudo em cima do banco, para ai sim clarear. Outra coisa foi colocar a roupa de borracha na sacola, oh coisa chata! Para encerrar o momento trapalhão, não conseguia colocar o manguito, como estava todo molhado o pano não escorregava no braço. Fiquei irritado com tudo isso e sai correndo para bike.


O inicio do pedal foi cadenciado, até mesmo para me adaptar a esta etapa. Neste momento é bem complicado controlar qualquer ritmo, domar esta vontade de fazer o melhor pedal da sua vida. Até mesmo, porque tudo conspira para você socar a bota, sair da natação bem, ver os familiares e aquela torcida animada berrando seu nome e principalmente se deparar com o sonho de qualquer ciclista: a estrada livre para o pedal. Passando este momento “sonho”, e diante de tudo o que vinha pela frente, o melhor era ser conservador, até porque este momento Kamikaze iria aparecer mais à frente.


Até a SC-401 costumo relaxar, aquecer e perceber se as pernas estão querendo sofrer, depois encaixo o meu ritmo, caio no clip e vou embora. Sempre vou marcando alguém na minha frente, para tentar ultrapassar, isso é um estimulante.


Antes da subida do cemitério (do shopping Floripa), passou por mim um cara em um ritmo bem forte, então resolvi buscar e tentar acompanha-lo. Apenas consegui chegar um pouco antes do trevo do CIC e assim fui marcando ele até o retorno do Shopping Iguatemi. Depois cheguei num grupo de atletas e perdi o cara ou melhor não via mais ele. Então continuei no ritmo, tentei passar os caras, mas ficava na frente por alguns kms e logo vinham todos e me passavam, quando cheguei no final da beira mar norte, percebi que tinha um grupo grande.


O trecho mais chato do Iron é beira mar sul, pois tem muitas voltas e geralmente tem vento, porém neste dia fomos abençoados, pois não havia vento na ilha da magia...coisas que só acontecem no Ironman! No final do túnel o grupo deu uma dispersada e ai ficou melhor para pedalar.


Na segunda volta, não houve grandes mudanças, consegui manter muito bem o ritmo e a alimentação estava perfeita. Não estava com cãibras e me sentia animado e motivado. As dores estavam longe de aparecer, e estava dando quase tudo certo.


Na volta, já na beira mar norte encontrei o Pato, chamei ele, pois como treinamos juntos iria ser mais um bom cara para ajudar na motivação e cadenciar o ritmo. Mas na breve conversa que tivemos ele disse que não estava bem e que estava muito enjoado. Então ofereci um remédio a ele, queria muito ajudá-lo e naquela hora era o que dava para fazer. Parceria é isso! Depois do remédio chamei novamente, vamos junto, logo você vai melhorar.

Continuei e logo veio o meu desespero, passando o CIC, percebi que a bike estava pesada e sentia mais as ondulações do asfalto. Que nervoso! Olhei para baixo sem acreditar, meu pneu estava furado e o que fazer agora?! Ir até o final assim? Parar para arrumar e perder muito tempo?

Demorei um tempo para tomar a decisão, quase 7 km. Parei mesmo porque quase cai descendo o morro do cemitério (Floripa Shopping). Também não tinha parado antes porque estava esperando por Deus encontrar o mecânico da prova o que não aconteceu porque sempre que precisamos muito de alguma coisa não tem por perto.

Quando parei na frente do Floripa Shopping tirei a roda do quadro e percebi que o pneu não estava todo vazio, então veio uma ideia Kamikaze, será que troco ou só vou encher assim? Tinha tirado tudo para arrumar o pneu, mas na hora H peguei apenas o CO2 e enchi. Coloquei tudo: câmara, espátula, CO2, no top e botei a roda novamente.

Sai pedalando e veio mais um momento trapalhão: coloquei a roda errada, estava pegando no quadro. Parei novamente e arrumei.  Ai foi um momento meu, da Kitt (bike) e de Deus. Deitei no clip rezava e beijava a bike, falando que faltava pouco e que ela poderia aguentar o tranco, que não poderia me deixar na mão agora, que depois ela iria descansar muito. Olha nunca rezei tanto e beijei aquela magrela! Certeza que se a Tuca tivesse visto iria ficar com ciúmes.


Neste momento apaixonado, fiz muita força. Não queria perder o grupo que estava na minha frente, pois grande parte do pessoal que estava ali era da minha categoria. Com isso deixei de me alimentar e de tomar água porque a minha única opção naquele momento era fazer força. E assim foi até o final: rezando, beijando a bike e fazendo muita força.