Páginas

Puma e Tuca

Puma e Tuca
Ironman 2010

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

70.3 = Emoção, dor, satisfação....

Por André Puhlmann

Vai ser bem difícil relatar esta prova, pois envolve muitas emoções. Desde a frustração até a alegria de ter conseguido completá-la. Foi uma prova bem particular, nunca passei por tantas variáveis, mas mesmo assim vou explicar tudo aquilo que aconteceu, assim vocês podem tentar evitar algumas surpresas desagradáveis que tive no caminho.

A expectativa antes da competição era grande. Bem que tentei disfarçar a ansiedade, porém não conseguia esconder. Minha esposa dias antes da prova questionava se tudo estava certo, eu respondia com frases simples: “tudo sob controle; tudo dentro do esperado”. Felizmente consegui controlar esta ansiedade e fazer dela um ponto positivo, uma motivação.

Chegando a penha fui pegar o kit e levar a bike para transição, estava animado e feliz. Meus amigos que iriam fazer a prova também já estavam no local e compartilhávamos o mesmo sentimento. O Vieira e eu fomos deixar as bikes na transição e conosco estavam o Gélcio e o Gerson....não é dupla sertaneja, mas sim a nova dupla que irá estrear o 70.3 de 2012. Deixamos a bike e seguimos em direção à praia para sentir o mar que iríamos pegar. Gostei do que vi, apesar do vento forte e ondulação grande, aquela região ainda estava com o mar calmo, o que nos tranqüilizou bastante.

Por volta das 19:30h assisti ao simpósio e em seguida fui para casa relaxar. Estava cansado e com sono, o que me fez dormir super rápido. Pela manhã comi alguma coisa e comecei a acordar o pessoal, apurei o povo porque precisava fazer os últimos preparativos na bike e  a pintura do número.

Arrumei a bike, verifiquei as sacolas da transição e coloquei a suplementação. Fiz tudo isso ouvindo música ao mesmo tempo em que planejava minha transição. Depois de conferir tudo, dei o último beijo na Tuca e ouvi os últimos incentivos que ela tinha a dizer: “faz o teu melhor, que eu estarei te esperando”. Indo para a largada encontrei o resto da família, berrando meu nome para ir ao encontro deles para ouvir as recomendações. Estavam todos felizes e emocionados. Quem não iria ficar emocionado nesta hora, quase 900 atletas ali alinhados para conquistar um sonho?

  
Segui para a largada com todos os meus amigos, batemos fotos e descontraímos um pouco para tirar a tensão da prova. Nesse momento de alegria percebi que havia uma pessoa separada e bem concentrada, era meu amigo Vieira. Tentei não atrapalhar a concentração dele, pois sei a dificuldade que ele teria pela frente. Não sei se a emoção do Vieirão era de preocupação ou por ter conseguido chegar até aquele lugar. Mas só posso dizer que o cara estava muito emocionado.

 
No inicio da natação foi complicado, comecei com um bolo de gente e parecia que estava numa guerra, era braço para um lado, pé para outro, passei por cima de um atleta e tomei muitos tapas. Resolvi dar uma olhada e percebi que um pouco para o lado tinha um vão, segui nesta direção e nadei mais tranqüilo. Na volta para a praia comecei a pensar na minha transição, no que eu iria fazer, isso tudo para não perder tempo.
Ao sair da água já ouvi o meu nome e percebi que estava bem, não consegui ver todos que ali estavam, pois sai totalmente concentrado. Como não uso relógio na natação, estava às escuras com relação ao tempo, só fiquei sabendo depois. Fiz 28 minutos de natação e uma transição bem tranqüila de 3 minutos. Ao chegar na bike ouvi a Tuca: “cuidado que o chão esta muito liso” e “vai deco, vai que você esta muito bem”. Com estava frase sai para pedalar e desde o inicio tentei imprimir um ritmo bom.

  
A prova do ciclismo estava ótima sem vento e a temperatura agradável. No km 10 senti que o dia iria ser bom, estava forte e com muita vontade de fazer força. Percebi que estava em um grupo de 6 atletas e todos andavam no mesmo ritmo, mesmo assim tentei abrir do grupo, aumentei o ritmo, mas o pessoal não deixava ia lá e me engolia (literalmente). Na ida para a segunda perna o pelotão já estava grande e tentei mais 3 vezes escapar do grupo, entretanto todas as tentativas foram em vão.  Decidi ficar na minha e seguir com eles. Na metade da segunda perna encontrei a galera, vocês não fazem idéia da festa que este povo faz, meu pai mesmo é um show a parte. As palavras do Guilhermão eram: “este é meu filho, vai filho, você esta muito bem”, a intensidade dos gritos junto com a emoção era tanto que até o locutor da prova comentou - “Vai André porque seu pai grita o seu nome”. Confesso que na hora achei engraçado.


Para completar o time de torcedores estavam presentes minha Irmã (Thayssa), o Rafael (meu cunhado), a Irmã do Rafa (Carol) e a Tuca. Eles corriam para um lado e outro no canteiro central para bater fotos e incentivar. Acredito que as pessoas que acompanham os atletas no final da prova estão mais cansadas que os próprios atletas. Sem contar a tensão de saber se tudo está bem. Na volta da segunda perna do ciclismo, encontrei o meu técnico Paulinho. Ele falou que tudo estava indo bem e pediu para tomar cuidado. Senti que estava muito bem, físico e mentalmente, consegui controlar e manter o ritmo, que naquele momento estava muito forte.

Na metade da 3º volta passei novamente pelo pessoal, ouvi mais uma vez o meu nome e vi no rosto da Tuca uma alegria e a tranqüilidade de eu estar quase terminando a prova. Na transição da bike para a corrida, posso dizer que foi meu momento de satisfação. Isso porque vi no velocímetro que tinha feito a prova em 02:20h com uma velocidade média de 38.6 km/h. Saí para correr confiante e animado. Porém esta sensação não durou muitos quilômetros. Como havia dito anteriormente esta prova foi da satisfação de fazer uma natação e uma bike com nunca tinha feito até a frustração de fazer uma corrida sofrida e não muito boa.


Iniciei a corrida bem a 4’15 por km, mas minha surpresa veio no km 4,5 quando comecei a sentir um desconforto respiratório. Na semana que antecedeu a prova peguei uma amidalite e precisei tomar antibióticos. Segundo o técnico o meu erro foi não ter usado um broncodilatador, pois essa sensação de falta de ar foi conseqüência do antibiótico. Diante deste quadro precisei mudar o jeito de respirar. Comecei a respirar com a musculatura acessória (escalenos, peitoral, trapézio...), isso travou de um jeito meu corpo que no km 7 não consegui mais levantar o braço e estava começando a sentir cãibras nos ísquiostibiais e cada vez mais dificuldade para respirar.
No retorno para a 2º volta mais um contato com o povo, tentei mostrar que estava bem para não preocupá-los, mas a Tuca percebeu que algo não estava certo. Ela veio correndo ao meu lado e perguntou se estava tudo bem, gostaria muito de dizer que sim, mas respondi: mais ou menos. A dor estava forte e eu só estava tentando descobrir a forma de como terminar a prova. Meu irmão, Eduardo, me acompanhou de bike, para dar força, mas infelizmente não reagi. Mesmo assim, valeu Du pela ajuda. Nos últimos km o Paulinho ficou do meu lado, tentando ajudar.  Esse apoio veio na hora certa, confesso que este contratempo mexeu comigo, pois correr naquele ritmo 5 por km, depois de treinar tanto realmente abala qualquer estrutura.
No fim deu tudo certo, consegui terminar a prova. Fiz o meu melhor tempo do 70.3, 4horas 36 minutos, sei que é um excelente tempo, mas ficou faltando uma boa corrida, meus 21Km sofridos fecharam em 01:42h.


Na linha de chegada todos me esperavam.  Foi difícil cumprimentá-los pois parecia que estava com uma crise de asma. A Tuca me levou direto para o centro médico, onde fui examinado e acolhido pelos amigos Kadinho e Dani. A explicação para este quadro é que como fiz muito esforço para respirar, compensei com outras musculaturas que ficaram contraturadas e estas estavam impedindo o fluxo sanguíneo para o meu braço direito. Mais tarde o Paulinho nos encontrou e começou a mobilizar/relaxar minha escápula para tentar aliviar a dor no ombro já que não conseguia levantá-lo, sem contar meu braço que estava todo gelado e a mão roxa. Com as mobilizações aos poucos fui melhorando. Valeu Paulinho!


Posso dizer que apesar de ter sofrido um pouco com as dores, tive um grande ensinamento. Para as próximas competições devo tomar mais cuidado com a minha saúde, já que com treinos fortes é certo que a imunidade abaixa mesmo.
   Quero agradecer a minha família e meus amigos por estarem presente neste momento tão importante da minha vida.

Rapazeada valeu mesmo!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Com que roupa eu vou?

Por: Tuca (Tuany Maria Puhlmann)

Como estamos próximos de uma nova competição, o 70.3 de Penha, resolvi escrever sobre um assunto que certamente interessa bem mais às mulheres que aos homens. 

Já não é tarefa das mais fáceis achar um homem que saiba se vestir bem no dia a dia sem uma assessoria da mãe, mulher ou namorada. Como eles têm aquela mente objetiva e super prática colocam o que acham no armário e seja o que Deus quiser. 

A palavra que define um homem não pode ser outra senão praticidade e isso quando se trata de um atleta eleve à potência dez, porque eles estão sempre com pressa e não tem tempo a perder.

Fora o fator “qualquer coisa serve” outro complicador são as roupas disponíveis no mercado. São infinitas cores e modelos e é aí que mora o perigo. Na correria de sempre e com tanta variedade no armário, só rezando. Para eles nenhum problema, até porque tudo combina. Isso é claro, só na cabeça deles. 

O problema é que como na maior parte do tempo eles saem para treinar cedíssimo e a gente não repara na roupa porque estamos dormindo, não são raras às vezes em que tomamos um susto quando eles voltam pra casa. 

Bom, vou falar do meu caso. Meu marido às vezes tem problemas na escolha da roupa de treino. Na verdade nem fico tão incomodada com as cores mas sim com os modelitos. Tem uma coisa que eu detesto. Sim, eu me irrito quando vejo o Puma vestido com aquilo. 

Meninas sabem essas blusas coladas, que vem até a altura do ossinho do quadril? Aquela miniblusa por si só já é horrível. Junto com a bermuda do ciclismo até que vai, mas pra corrida.......aí não! “Aquilo” com o shortinho de corrida sinceramente parece roupa de menina. O problema é que tem como piorar, pois a tal da blusinha combinada com um tipo de shortinho que faz um recorte que deixa a lateral das coxas bem a mostra...é de matar! Por sinal esse modelinho de short é muitas vezes indecente.

Além dessa blusinha colada tem umas criaturas que usam top. Quero deixar registrada minha indignação sobre esta peça, porque essa se um dia entrar lá em casa, o bicho vai pegar. 

Meninos, prestem atenção: TOP FOI FEITO PARA MENINAS. MENINAS USAM TOP, MENINOS NÃO! Vou tentar explicar porque o top para meninos é tão feio. Primeiramente, não tem nada de másculo num top, segundo o corpo fica estranho, dá a impressão que a pessoa está dividida e por último quando o atleta abre o zíper, e ai vamos considerar o contexto: suor + cara de cansado (acabado) + top...Gente, parece que o cara foi violentado em algum Km. 

É sério, ouvi uma moça no ironman deste ano comentando com a colega: Será que tem um tarado atacando os ironmans ao longo do percurso? Confesso que eu estava pensando a mesma coisa que ela.

Outro modelo que requer muito cuidado é a tal da roupa branca. Se for usar branco tem que ser de qualidade máxima, caso contrário você corre o risco de deixar suas partes íntimas a mostra. No início da prova tudo perfeito, mas no final...a roupa branca fica no tom marrom principalmente na região do bumbum (sugestivo, né?). Então só use bermuda branca se esta for confiável.

Meninos, não fiquem chateados caso tenham algum desses modelitos no armário ou estejam pensando em adquirir um. Claro que não levei em consideração o conforto ou a funcionalidade da roupa. Só analisei mesmo a parte estética que é o que chama a atenção de nós mulheres. 

Agora, se vocês conseguirem agregar conforto + beleza, será um sucesso. Portanto, atleta, nesse item vestuário, ouça mais a opinião da sua mãe, filha, mulher ou namorada porque ela te ama, ela melhor do que ninguém sabe o que fica bem em você e é claro que ela vai querer que você seja o mais lindo da prova sempre.

Uma boa prova para todos que irão participar do 70.3 de Penha!

Obs: Texto com colaboração mais que especial da mana (keyla Maria).

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sensações da meia

Por: André Puhlmann


Realmente estava um pouco preocupado como seria a meia maratona do Bela Vista porque precisava ter um teste para o 70.3 de Penha. Já que venho treinando bem, a meia do bela seria um ótimo teste,  a verdadeira prova real.


Não acordei muito bem, apesar de ter dormido como uma pedra. A Tuca fica impressionada como consigo dormir antes das provas, ela sempre fala que isso não é normal. Entretanto acho bem normal, sempre durmo bem. Nunca tive problemas neste ponto, apesar de ser um pouco ansioso.  Mesmo não sentindo toda alegria por ter levantado às 06:20h e olhar aquele tempo chuvoso, precisava descobrir alguma coisa para motivar o dia. Então comecei a rotina, ou melhor, o ritual de preparação para todas as provas. O qual inclui um café da manhã, várias visitas ao banheiro e revisão do que vou levar para a prova. Este ritual precisa ser bem seguido, pois o resultado da prova está diretamente ligado ao cumprimento metódico dele.


Durante o aquecimento para a prova fiquei pensando como iria realizá-la, qual seria o tempo a ser seguido e como chegaria a fazer este tempo. Mas para conseguir fazer isso tudo precisava achar a tal da motivação. Comecei a pensar em muitas coisas, na minha família e principalmente na Tuca. Gente, acordar esta mulher no domingo de manhã (cedo) e chuvoso não e fácil. Quem a conhece sabe que a “neguinha” gosta de um sono! Mesmo assim ela acordou bem e muito mais animada que eu. Isso já deu um up! Também fiquei pensando em toda esta preparação para o 70.3, no modo como estou seguindo á risca todos os treinos. Isto porque confio bastante no trabalho realizado pelo amigo e técnico Paulinho.


Fui para a largada mais confiante e com a programação toda na cabeça. Apesar disso, ainda estava um pouco disperso, até mesmo a Tuca percebeu. Comecei a corrida e já nos primeiros km avistei os primeiros membros da família buscapé: Thayssa e Rafael. Os dois estavam berrando no acostamento. Depois vi o Eduardo de bike e a Preta em frente à empresa e quase no SESI passei pelo pai e sua super filmadora (esta câmera sempre está nas mãos dele, ainda bem, pois sempre rimos um monte depois vendo os vídeos) e a mãe na maior torcida: Vai vai, é isso ai..... Como é bom ter a força da família do nosso lado! Neste momento percebi que não poderia desapontar a galera e precisava fazer uma ótima prova. Então, mentalizei o ritmo, abaixei a cabeça e fui fazer minha prova. Agora muito mais confiante e motivado.


Passei por todos novamente e percebi que estavam mais animados que antes. Infelizmente durante a prova não consigo retribuir esta empolgação. Apenas passo e levando a mão. Mesmo não sendo “aquela” demonstração de carinho, saibam que me sinto muito feliz por vocês estarem ali e que este apoio é de fundamental importância.


A prova foi desenrolando, os km foram surgindo e a cada passo estava mais confiante, conseguindo manter o ritmo forte sem muitos problemas. No km 15 avistei meu irmão Eduardo de bike, ele ficou ao meu lado dando força. Foi nesta hora que percebi que estava muito bem e que iria terminar a prova em um tempo excelente. Descobri isso por um comentário feito pelo Du. Ele perguntou se eu estava travado, respondi que estava bem, mas um pouco cansado e ele disse que não parecia, que minha marcha estava muito boa e leve. Isso me fez muito bem. Valeu mano......


A chegada foi incrível! Comecei a ouvir a voz do meu grande amigo e parceiro Viera, na ocasião o locutor da prova, dizendo que eu estava chegando. O cara estava muito animado e empolgado com o meu tempo. Fui me aproximando e logo avistei um grupo de pessoas pulando, fazendo a festa. Logo pensei, só pode ser o grupo de loucos que conheço bem, claro que é a Família Puhlmann.


Valeu mesmo pessoal! Sou o cara mais feliz do mundo, não por fazer meu melhor tempo, mas por ter uma família assim, tão unida e feliz.


Amo muito vocês.

Preciso agradecer muito a Tuca.  Sem ela não estaria fazendo um terço do que eu faço hoje. Ela é a minha maior incentivadora, critica e principalmente minha inspiração. Te amo muito!

Veja também o relato da Tuca sobre a 27º Meia Maratona do Bela Vista:

Sobre a 29º Meia Maratona do Bela Vista (2013), acesse aqui: